Amigos de Pelotas

O duplo pensamento de Eduardo Leite. Por Gustavo Jaccottet 1kq7

2e5h4t

As obras do Calçadão ainda nem terminaram, o Theatro Sete de Abril ainda é motivo de lágrimas para a população pelotense e Eduardo Leite se apresenta como um candidato de esquerda e de direita.

Ao se apresentar como aquele que vai investir na cultura e ao mesmo reduzir o tamanho do Estado, Eduardo lança mão do duplipensamento, ou melhor, ele está induzindo o seu eleitor a duplipensar.

Mas o que é duplipensar? Nada mais do que a apresentação e a aceitação de duas ideias notoriamente contraditórias, como é o caso de um sujeito ser de esquerda e outro ser de direita, ambos aderem a correntes políticas contraditórias, mas o sujeito de esquerda só pode ser de direita se deixar a sua ideologia anterior e vice-versa.

Eduardo é o Xavante, torcendo pelo Xavante, porém está na torcida do Pelotas e a cada gol do Lobão, comemora como se fosse um gol do Xavante e doravante faz o mesmo na torcida do Xavante, trajando, conquanto, a camisa azul e amarela.

Em seu “1984”, George Orwell explica o que é o ato de duplipensar ao dar o exemplo de que só quem oferece as ideias contraditórias tem o conhecimento do alcance das mesmas, mas os demais são incapazes de duplipensar, haja vista que as ideias não são oferecidas, elas são impostas, pois é politicamente impossível ser de direita e de esquerda, claro, salvo para a campanha de Eduardo Leite.

Da mesma forma que dois corpos não ocupam o mesmo espaço, duas ideias não podem ser apresentas no mesmo contexto, pois fere a retórica, atacando a capacidade do cidadão comum em construir uma ideia, seja ela qual for.

Os exemplos de George Orwell são até menos lúdicos que a Campanha de Eduardo, que foi ao limite do que é o duplipensamento, dizia o Autor Britânico que “Guerra é Paz”, “Liberdade é Escravidão” e “Ignorância é Força”, contudo, em momento algum, as palavras “Esquerda” e “Direita” foram associadas no mesmo contexto social.

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