2e5h4t
Estamos em ano de Eleições Gerais, de tal modo que, no reencontro do Brasil com as urnas, alguns políticos postulam a Presidência da República. Vamos aos quatro principais.
Jair Bolsonaro (PSL): o candidato da extrema-direita, defensor dos tempos do regime militar. Tornou-se famoso depois de adotar uma performance de reação e repúdio frente à esquerda “politicamente correta”. Muita gente se identifica com sua reação truculenta, formando uma legião de iradores ocultos. Bolsonaro é a resposta reacionária e irrefletida da direita frente à ascensão de um segmento da esquerda que se tornou arrogante, pseudo-intelectual e pretensioso (refiro-me à esquerda que opta pelo policiamento dos costumes, antagônica aos moralistas de direita). Tem pouco entendimento sobre as questões econômicas e tudo indica que fugirá dos debates televisivos para não ser confrontado com suas próprias fragilidades.
Ciro Gomes (PDT): candidato de centro-esquerda que defende mais intervenção do Estado na economia. Já foi de inúmeros partidos; optou desta vez pelo partido do finado Brizola, com o qual diz identificar-se. Divide opiniões acerca do estilo pessoal, pois tem temperamento explosivo. Protagoniza inúmeros vídeos no YouTube em que ofende e esbraveja contra opositores (para o mal e para o bem, pois muitos de seus opositores são políticos detestáveis, de fato). Pouco apegado às visões da esquerda sobre costumes e direitos humanos, pois para ele o que mais importa é a agenda econômica. Ex-PSDB, magnetiza apoiadores até mesmo da direita (o DEM e o PP buscaram aproximação com ele). No entanto, manifestou-se na Jovem Pam dizendo que considera “a Venezuela tão democrática quanto à democracia brasileira e a americana” (o que gerou, obviamente, rejeição entre quem repudia o regime de Maduro).
Geraldo Alckmin (PSDB): governador pela quarta vez do Estado de São Paulo (a locomotiva industrial do país). De centro-direita, Alckmin concorreu à presidência em 2006 contra Lula, tendo feito menos votos no segundo turno do que no primeiro (adquiriu a fama de ser frio e de ter pouco ou nenhum carisma na relação com o povo). Defende uma política de corte de gastos no orçamento – seja nos excessos da máquina pública, seja nas áreas sociais. Seu governo em São Paulo sofre denúncias de corrupção, mas nenhuma delas o atingiu pessoalmente. É conhecido por ser um católico conservador (especula-se sobre sua relação com a Opus Dei; não confirmada), mas não há indícios de que sua política inclua a imposição de uma agenda conservadora nos costumes. Seu partido flerta com o apoio do MDB nacional, mas isto o tornaria candidato oficial de um governo que tem parcos 3% de aprovação.
Marina Silva (Rede): candidata de centro, Marina já concorreu à presidência em 2010 pelo PV e em 2014 pelo PSB. Propõe a superação das dicotomias da política atual, mas suas idéias não se traduzem em medidas concretas a ser tomadas – o que resulta numa imagem de candidata bem-intencionada, porém com discurso vago. Ambientalista de raiz, já foi parceira de Chico Mendes e ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Ex-petista, Marina é vista pelos seus ex-companheiros como persona non grata desde que saiu do PT, uma vez que se aproximou de visões liberais na economia. Em entrevista para a Folha de SP, Marina defendeu: a) ajustes na reforma trabalhista, amenizando o impacto sobre os trabalhadores; b) o fim do foro privilegiado; c) a continuidade da Lava Jato; d) que não considera o impeachment de Dilma um golpe, e, por último; e) que a prisão de Lula, seu antigo aliado, foi legal e deve ser respeitada (embora sua opção por não tripudiar a imagem de Lula seja mal percebida pela direita que tem esta prática como esporte).
Estes são os quatro principais candidatos que despontam em intenções de votos, embora o número total de candidatos seja muito maior e, no meio disso, pairam as indefinições sobre a candidatura do PT. Caberá ao povo estudá-los e votar naquele(a) que considerar mais preparado(a) para governar o Brasil nos próximos quatro anos.