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‘O Amante Duplo’ surpreende pelo eficiente suspense 5y306v

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Todo ano, o Festival Varilux de Cinema Francês promove e divulga o cinema francês contemporâneo no Brasil. Grande destaque desta edição, O Amante Duplo, de François Ozon, é um thriller psicológico em que uma história banal transforma-se em uma surpreendente trama repleta de suspense, horror e erotismo.

Um dos meus diretores preferidos, François Ozon despontou como um importante nome da nova geração do cinema francês graças ao genial 8 Mulheres, Swimming Pool – À Beira da Piscina e o aclamado Dentro da Casa. Em sua filmografia, nenhum filme é igual ao outro, sempre percorrendo diversos gêneros.

Baseado no livro “Os Gêmeos”, de Joyce Carol Oates, a obra já foi adaptada anteriormente em Jogo Duplo (1991), com Isabella Rossellini no papel principal.

A protagonista da vez é Marine Vacth, como Chloé, uma mulher reprimida sexualmente que sente constantes dores no ventre. Acreditando que seu problema seja psicológico, ela busca a ajuda do terapeuta Paul Meyer (Jérémie Renier). Só que, com o andar das sessões, eles acabam se apaixonando.

Diante da situação, Paul encerra a terapia e indica uma colega para tratá-la. Entretanto, ela resolve se consultar com outro psicólogo, o irmão gêmeo de Paul, Louis Delord, que de quem ela nunca tinha ouvido falar até então.

Explorando uma premissa comum através de recursos clássicos como imagens no espelho e dupla identidade, Ozon atinge um desdobramento intenso e inesperado. Sem dúvidas, a melhor característica do filme é a ambiguidade, com o diretor criando um clima de mistério onde as coisas não são como parecem ser.

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Com atuações extraordinárias da dupla de protagonistas, Marine Vacth constrói sua personagem através de olhares e na evolução corporal, entre retração e a libertação, em uma mulher que a por altos e baixos.

Jérémie Renier vive com perfeição a composição de opostos, um homem misterioso e o outro transparente. Em uma história com praticamente dois únicos atores, ainda há espaço para Jacqueline Bisset brilhar em cena.

Brincando com o simbolismo do título desde os créditos iniciais, O Amante Duplo surpreende pelo eficiente suspense em sua reta final e não deve deixar o espectador indiferente.

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