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Brasil e mundo 3m3y11

Brasil na Copa do Mundo s4p58

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A Copa do Mundo começará oficialmente às 12h do dia 14 de Junho de 2018, no Estádio Luzhniki, em Moscou. Será a 21ª Edição desse torneio concebido em 1930 por Jules Rimet, para pôr frente-a-frente os melhores países do Futebol Mundial, seguindo o modelo das Olimpíadas de 1924 e 1928. Em respeito a estas, o Uruguai foi escolhido como sua primeira sede e ainda se sagrou o primeiro campeão. De lá para cá, a Fifa World Cup veio a ocupar o status de segundo torneio de maior audiência em todo o planeta, perdendo apenas para os Jogos Olímpicos.

Mas, pergunta feita pelos politicamente corretos, ou metidos a sê-los, é: e daí?

E daí que estou contando as horas para ver a Telstar ’18 (bola oficial da Copa) rolar num jogo que será com toda a certeza sem graça. Rússia e Arábia Saudita jamais se enfrentaram na história das Copas e, salvo no ado, quando a antiga Rússia ainda era parte da União Soviética, Lev Yashin, o Aranha Negra, uma espécie de Pelé dos Goleiros, existiram alguns jogos marcantes, mas nada que mereça uma nota.

Para o Brasil, o Mundial começa no dia 17 de Junho, às 15h, em Rostov, contra a Suíça. Em seu único encontro na história das Copas, um encardido 2 x 2. Os helvéticos têm um estilo de jogo que prima pela retranca, mas continua a pergunta, e daí?

Futebol no DNA 6d2148

E daí que já estou com as Camisas da Seleção separadas, deixei uma manta verde e amarela a postos, vá que venha uma frente fria moscovita para os ares pelotenses, cuja tradição o associa ao Fog Londrino, mas a verdade é que de Londres e Moscou não temos nada.

O Futebol faz parte do nosso DNA, é uma lei não escrita, não algo como Brasil, ame-o ou deixe-o, pelo contrário, mas é impossível não se contagiar com a plasticidade de um drible verde e amarelo, com o toque de bola refinado e com o escrete prostrado em campo em amarelo, com detalhes em verde, e azul, com pormenores em branco, tal qual Aldyr Schlee, lá nos anos 50, entendeu que seria a única maneira viável do uniforme da Seleção Brasileira contemplar as cores da bandeira nacional.

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Pouco se pergunta o motivo de haver tido a competição da qual Schlee se sagrou imortal. Explico-vos. O escrete jogava originalmente em Branco. A derrota para o Uruguai, em 1950, forçou a então Confederação Brasileira de Desportos a repaginar a Seleção Brasileira, trazendo as cores da bandeira nacional ao escrete, carinhosamente chamado de “canarinho” por Nelson Rodrigues, que questionou o equilíbrio mental dos jogadores da Seleção Brasileira:

“E aqui pergunto: — que entende de alma um técnico de futebol? Não é um psicólogo, não é um psicanalista, não é nem mesmo um padre. Por exemplo: — no jogo Brasil x Uruguai entendo que um Freud seria muito mais eficaz na boca do túnel do que um Flávio Costa, um Zezé Moreira, um Martim Fran­cisco. Nos Estados Unidos, não há uma Bovary, uma Karênina que não e, antes do adultério, no psicanalista. Pois bem: — teríamos sido campeões do mundo, naquele momento, se o es­crete houvesse frequentado, previamente, por uns cinco anos, o seu psicanalista.”

Ora, não foi este equilíbrio emocional que nos faltou naquele fatídico 7 x 1, de quatro anos atrás?

Se não foi isto, qual o motivo por termos sido trucidados pelo exército rubro-negro de germânicos? Não tenho dúvidas de que teríamos sido Campeões do Mundo também em 2014 se nenhum dos fatores motivacionais que abalaram a Seleção não tivessem acontecido. Note bem o leitor, “se não tivessem ocorrido”.

É impossível se evadir de desabonos e de desventuras numa jornada, qualquer que ela seja, salvo para quem tenha um craque em campo. Nelson Rodrigues, sim, sempre ele, fez outra análise precisa do motivo pelo qual a Hungria de Puskas eliminou o escrete canarinho em 1954:

“Por que perdemos, na Suíça [no Brasil], para a Hungria [a Alemanha]? Examinem a fotografia de um e outro time entrando em campo. Enquanto os húngaros [os alemães] erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagran­te, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia [Rússia] com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós.”

Direito fundamental do ‘torcedor’ 2k1l53

Não é necessariamente com um espírito saudosista, sem o clichê de uma pátria de chuteiras ou de não sei quantos milhões em ação que devemos assistir à Copa do Mundo. Somos lúcidos, conscientes de que no entorno há todo um cenário de crise que se desenvolve desde de 2015.

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Entendo ser um direito fundamental de todo o brasileiro desfrutar dos minutos em que o escrete está em campo, do hino nacional ao apito final.

A Copa do Mundo é um evento que mexe tanto com o imaginário brasileiro que David Luiz não teve a capacidade de erguer o peito diante de Thomas Müller, e tampouco subiu para evitar o primeiro gol alemão, numa jogada aérea. Não é hora de sermos humildes, senão de pregarmos que jogamos o melhor futebol do mundo, pois temos os melhores jogadores, agora, se o Brasil será campeão ou não, pois bem, entramos no mundo das variáveis, as quais no futebol são múltiplas, quiçá infinitas.

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A liberdade sagrada das redes 3f2n1p

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Noutro dia escrevi um texto sobre a cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem, responsabilizando parcialmente as novas tecnologias de comunicação. Disse: “Se por um lado as tecnologias deram voz à sociedade, por outro, nos têm distraído da concretude do mundo, de interação mais hostil, levando-nos a viver em mundos paralelos”. E: “No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades, mas sim no mundo virtual, um refúgio, retroalimentado pelo algoritmo, onde não há frustrações, mas sim gratificações instantâneas”. Bem, esse é um lado da questão. E não é novo.

Desde Freud se sabe que, diante do trauma, a criança dissocia-se para á-lo, refugiando-se na neurose, uma estratégia de defesa. Pois, assim como a criança abalada pelo trauma, as pessoas, diante das escalabrosidades do mundo concreto, fazem igual: elas podem se retirar para o mundo virtual, guardando, daquele, uma distância.

O outro lado da questão, o reverso da moeda, é que, sem as novas tecnologias de comunicação, a voz traumatizada da sociedade permaneceria atravessada na garganta, sem chance de extravasar-se.

A possibilidade de expressão liberou uma carga de justos ressentimentos contra os limites da política, as injustiças, o teatro social. De súbito, tivemos uma ideia do tamanho da insatisfação com os sistemas de vida, ando publicamente a protestar, em alguns casos chegando à revolução, como ocorreu na Primavera Árabe, onde as redes sociais cumpriram um papel fundamental.

Pois não é por outra razão que os donos do antigo mundo estão incomodados e querem controlar a liberdade de expressão, especialmente a velha imprensa, os monopólios empresariais, os sistemas políticos totalitários. Enfim, todos aqueles para quem a internet e as redes sociais ameaçam seu poder, ao por de pernas pro ar as certezas convenientes sobre as quais se assentaram.

Fato. As inovações desarranjam os mercados e os modos de vida. Toda inovação faz isso. É o preço do progresso. Mas, assim como é impossível voltar ao tempo do telégrafo (imagine o desespero nas Bolsas de Valores), é impensável retroagir ao mundo exclusivo da prensa de Gutenberg. Porque as descobertas, afinal, permitem avançar nos arranjos produtivos: propiciam economia de tempo, dinheiro e, no caso da comunicação, ampliam a liberdade, seu bem mais precioso. Pode-se dizer que não estávamos preparados para tanta liberdade súbita, e que venhamos, neste momento, usando-a “mal”. Contudo, parece razoável dizer que, à medida que o tempo e, estaremos mais e mais preparados para lidar com a liberdade e seus efeitos.

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Com todos os defeitos que a vida tem, é preferível mil vezes, ao controle da palavra, a liberdade de dizê-la. Quem pode afirmar (ou julgar) o que é verdadeiro e o que é falso, senão as pessoas mesmas, em última análise, de acordo com suas percepções e as pedras em seus sapatos? Pois hoje, depois de provarmos a liberdade trazida pelas novas tecnologias, mais do que nunca sabemos que a imprensa, em sua mediação da realidade, é falha, e como o é!

É interessante (e triste) ver como, após a criação da internet e das redes, grande parte da imprensa, ao perder o monopólio da verdade, se vêm tornando excessivamente opinativa e crítica das novas tecnologias. Deveria, sim, era aprimorar-se no trabalho para prestá-lo melhor. Acontece que — eis o ponto — como a velha imprensa não é livre de fato, como depende do financiador, muitas vezes de governos, ela vê nas novas tecnologias de ampla liberdade uma ameaça à velha cadeia de produção acostumada a filtrar o que valia ser dito, e o que não valia, em seu óbvio interesse, hoje nu, como o rei da história.

Além de tudo, há essa coisa interessante: a percepção. Para alguns pensadores do novo mundo, o que chamamos de realidade é uma simulação, no que concordo. Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros, paladares etc. não existem no mundo concreto (são imateriais), sendo portanto simulações percebidas pelos sentidos (pessoas veem cores em diferentes matizes, quando não divergentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado exclusivo dos nossos sentidos. Assim, a única coisa real seria a razão. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. “Penso, logo existo”.

Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos com que amos o mundo concreto, estando entrelaçados, não haveria diferença entre eles. Logo, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor. Eu acredito que é assim.

Uma vez provadas as inovações, não é possível retroagir. Podemos, isso sim, é refinar, em decorrência delas, o nosso comportamento.

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Vivendo em mundos paralelos 5z181m

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Algo mudou na relação entre o jornalismo e os pelotenses. Até por volta de 2015, havia um marcado interesse nos assuntos da cidade. Um mero buraco, e nem precisava ser o negro, despertava vívida atenção. Agora já ninguém dá a mínima. Nem mesmo se o buraco for um rombo fruto de corrupção numa área de vida e morte, como a de saúde. O valor da notícia sofreu uma erosão nas percepções. Não é uma situação local, mas, arrisco dizer, do mundo.

Vem ocorrendo uma cisão no vínculo entre as pessoas e o meio em que vivem. Um corte entre elas e a vida social. O espaço, que no ado era público, já hoje parece ser de ninguém.

A responsabilidade parcial disso parece, curiosamente, ser das novas tecnologias de comunicação. Se por um lado elas deram voz à sociedade como um todo, por outro, ao igualmente darem amplo o ao mundo virtual, elas nos têm distraído da concretude do mundo, de interação sempre mais hostil — distraído, enfim, da realidade mesma, propiciando que vivamos em mundos paralelos.

Outra razão é que, no essencial, nada muda em nossa realidade. Isso ficou mais evidente porque as redes sociais deram vazão, sem os filtros editoriais da imprensa, a um volume de problemas reais maior do que o que era noticiado. Se antes já havia demora nas soluções, essa percepção foi multiplicada pelo crescente número de denúncias feitas nas redes pelos próprios cidadãos. Os problemas que dizem respeito à coletividade se avolumam sem solução a contento, desconsolando e fatigando a vida.

Como a dinâmica da cidade (e da realidade) não responde como deveria, eis o ponto, estamos buscando reparações no ambiente virtual, sensitivamente mais recompensador, além de disponível na palma da mão.

No mundo moderno, não habitamos mais exatamente nas cidades. Estamos habitando no mundo virtual, onde não há frustrações, mas sim gratificação instantânea. Andamos absortos demais em nossa vida. Abduzidos por temas de exclusivo interesse pessoal, retroalimentados minuto a minuto pelo algoritmo.

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Antes vivíamos num mundo de trocas diretas entre as pessoas. Hoje habitamos numa nuvem, no cyber-espaço. Andamos parecendo cada dia mais com Thomas Anderson, protagonista do filme Matrix. Conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro, ele vive literalmente em uma realidade paralela. Isso dá

Para complicar tudo, há pensadores para quem a realidade é uma simulação.

Segundo eles, cada um de nós só tem o às coisas através dos sentidos (olfato, visão, tato, audição, paladar). Porém, como cores, cheiros etc. não existem no mundo concreto, mas são simulações percebidas pelo nosso corpo (pessoas veem as cores em diferentes tons, quando não em diferentes, como os daltônicos), aqueles pensadores sustentam que o mundo como o percebemos seria resultado dos nossos sentidos.

Assim, a única coisa real seria a razão, quer dizer, o modo como processamos aquelas percepções dos sentidos. É o que diz Descartes, para quem a razão é a única prova da existência. Como amos o mundo virtual pelos mesmos sentidos que amos o concreto, não haveria diferença entre eles.

Segundo aqueles pensadores, como o mundo virtual está entrelaçado com o mundo concreto, não deveríamos condenar o mundo virtual, mas sim o explorarmos melhor.

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