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Brasil e mundo

A Corrida Maluca que virou o Brasil

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Tenho fugido da abordagem urgente. Claro que as urgências são alarmantes! É que ando com a sensação de que tudo o que eu pensava em matéria de “ideologia” estava errado, que no fundo sempre fui um ignorante.

Sabe aquele ditado “Eu nunca me associo em clube que me aceita como sócio”? Nunca consegui incorporar uma ideologia partidária porque sempre achei que os homens excedem a cartilha.

Os agrupamentos vivem bem juntos, por um tempo. Um dia tudo deixa de funcionar, e o sentimento de injustiça, que murmurava, vira um gritedo só, como temos testemunhado.

Ontem escrevi um post falando que hoje, no Brasil, os fatos parecem não encontrar correspondência entre si. Não precisa ser um sensitivo. Está mais que na hora de alguém fazer como o personagem da piada que, tragado pela multidão para dentro de uma orgia, em certo momento berra: “Para! Vamos reorganizar. Já transaram comigo 68 vezes e eu ainda não transei com ninguém”.

Modelo no modo privado, estatal ou híbrido?

Tenho visto tanta informação divergente que me sinto perdido. O que sei é que a injustiça está inconveniente além da conta e é preciso contê-la, acima de tudo, com desprendimento. Acredite, se quiser.

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Minha confusão ideológica… Vejo que na Suécia e demais países escandinavos o modelo estatal funciona maravilhosamente. No Brasil, o modelo híbrido (com grande intervenção do Estado) não está funcionando bem. Nos Estados Unidos, o modelo privado se impôs como o melhor para eles.

E daí, como é que fica? Qual a escolha do catálogo?

Se todos os caminhos levam à Meca, por que então só a estrada de tijolos amarelos levaria ao castelo?

Sempre sonho com o impossível. Por exemplo, ver as pessoas itirem seus falsos corações.

Eu gostaria de ver Temer, ao lado de todos os presidentes de partido e ministros do STF, em cadeia nacional, repetir o personagem da piada e informar a todos, em bom tom, que é preciso parar tudo, confessar que transaram demais e itir que é hora de quem não transou, transar, ou pelo menos oferecer essa oportunidade a todos, a seu tempo.

Seria fantástico – porque, do jeito que vai, estamos todos nos dirigindo a Lugar Nenhum, que é o pior lugar aonde se pode ir.

Desde muito cedo percebi que o tema central da vida é “conflito e dor”. Todo mundo vive fugindo dele. Por obra disso, a injustiça, que vive de medo, resiste entre nós. Ocorre que a presença dela está ficando um pouco incômoda demais, tipo uma madame histérica com a cadelinha nos braços dispensando convidados da festa, para ficar sozinha de novo no salão.

Falei de cachorro e lembrei do Muttley.

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Sabe aquele desenho de antigamente, Corrida Maluca? Aquele em que o Dick Vigarista vivia aprontando?

Sempre o Dick Vigarista aparecia para estragar tudo…

Nosso consolo era ver Muttley, o único cão infiel do mundo, morrendo de rir quando o dono se dava mal nas traquinagens. Nós estamos como ele, na fase de rir do dono.

No próximo episódio eu queria ver Muttley dirigindo o próprio carro, dando carona para Penélope Charmosa, com Dick banido para sempre da pista. Ficaria faltando só saber em qual circuito a gente correria.

Como disse antes, vivo sonhando com o impossível.

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Jornalista e escritor. Editor do Amigos de Pelotas. Ex Senado, MEC e Correio Braziliense. Foi editor-executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Atuou como consultor da Unesco e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Uma vez ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, é autor dos livros Onde tudo isso vai parar e O fator animal, publicados pela Editora Lumina, de Porto Alegre. Em São Paulo, foi editor free-lancer na Editora Abril.

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Brasil e mundo

CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo

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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos. Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos arão a ser de cinco anos.  

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o mandato de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, explicou o parlamentar.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

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O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

“Foi um malefício à istração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, argumentou Castro.

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Um homem coerente

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Eis um homem que irei pela absoluta coerência entre o que pensava e o modo como viveu. Um homem de esquerda que me fazia parar para ouvi-lo, porque o que dizia tinha solidez e fazia pensar.

Não precisava concordar com ele para irá-lo. E sim: um homem de esquerda que nunca roubou. Foi uma pessoa rara. Eu diria, única.

Vivia num sítio, dele de fato, com o essencial. Na companhia da mulher e de cachorros. Só tinha um defeito: andava em má companhia internacional. Talvez por um motivo humano. Para se sentir menos sozinho do que era. Menos prisioneiro de suas convicções.

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