Certamente estou mal-humorado, então dê um desconto.
Hoje saí para espairecer. Moro a duas quadras da Praça Cel. Pedro Osório e me sentei num banco da praça, para irar a paisagem.
Tenho olho clínico para defeitos. Não me conformo com eles.
Dos oito postes de luz em volta do chafariz, vi três quebrados.
Os cinco restantes estavam sujos, e só um deles aceso. Enferrujado, o chafariz não vertia uma gota de água.
As tijoletas estão judiadas, quando não quebradas ou faltando.
Um mendigo estava sentado sobre o grande talo da Timbaúva que apodreceu e foi cerrada, como um rei acomodado num trono, com um cajado na mão.
Se houvesse um guia turístico, nele deveria constar um alerta de que a Praça é um local impróprio para turistas com tendência suicida.
Para não dizerem que achei tudo ruim, gostei de ver as pessoas, que curtem a praça sem se importar com o estado em que se encontra.
Dez minutos depois, me mandei pra casa, onde procurei um filme no Netflix.
E pensar que, no governo ado, tiraram a Feira do Livro do local sob o argumento de que “maltratava a praça”…