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Em contagem regressiva para a Copa do Mundo 3f1j5b

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A Copa do Mundo é um período de fausto, pelo menos para mim. Sou como Carlos Heitor Cony. Meço a minha vida em um período de quatro anos, pois apenas 365 dias é algo tão vil e estreito para se mensurar conquistas, sonhos e desilusões.

Seguindo a lógica, estou indo para a minha nona Copa do Mundo, pois sou nascido em 1984, no vácuo entre o melhor escrete canarinho de todos os tempos, 1982, e do desastre contra os ses, em 20 de junho de 1986.

Uso, conquanto, o período prévio ao Mundial para tentar, pelo menos, enriquecer os meus conhecimentos, até porque um jogo dura tão somente 90 minutos, salvo em casos de prorrogação e decisão por pênaltis, quando o drama se estende por mais de 120 minutos.

A primeira lição que a Copa do Mundo me ensinou foi em como enfrentar a derrota.

Em 1990, com cinco anos de idade, acompanhei com muito entusiasmo os quatros jogos do Brasil na Itália. Por um infortúnio, logo nas oitavas-de-final, a Argentina era a adversária. Posteriormente a um lance trivial, Maradona driblou Dunga e lançou Claudio Caniggia, que, com a elegância típica dos argentinos, driblou outro Cláudio, o Taffarel, e fez aquele que seria o único gol da partida.

Chorei por alguns minutos, até ouvir uma frase que guardo comigo: “O futebol é um esporte e, como na vida, temos que saber lidar com vitórias e derrotas”.

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Dali em diante decidi acompanhar a Seleção Brasileira e tive o privilégio de ver dois títulos mundiais e o fatídico 7×1. Enfim, coisas da vida.

A Copa do Mundo também me ensinou a conhecer detalhes típicos dos adversários. Não aqueles clichês, como as roupas e comidas típicas, senão aspectos econômicos, sociais e culturais.

Vou retirar apenas um ponto, pois fui educado com um Atlas aberto, sabia as bandeiras e as capitais de grande dos países do mundo, todavia tive de reaprender muita coisa depois que a União Soviética caiu, pois uma grande quantidade de novos países surgira, e junto deles novas bandeiras, capitais e hinos nacionais.

Estimo que um dos ares mais simpáticos de todos os países seja justamente o seu hino nacional, haja visto o elo que se faz entre a forma de como o mesmo veio a se tornar independente ou organizado politicamente como está no presente, caso de todos os hinos Sul-Americanos, à exceção do Brasil.

Convido o leitor a prestar a devida atenção ao hino da Rússia e, se tiver a oportunidade, ouvir o hino da antiga União Soviética (abaixo). A melodia é a mesma, apenas a letra mudou, algo que para mim soou com o modelo político imposto por Vladimir Putin, em razão de que após a queda do Império Soviético o hino russo tivera a sua letra e sua melodia trocadas.

Putin, ao assumir o poder no começo dos anos 2000, restaurou a melodia soviética e não é estranho que esteja no controle da hoje Federação Russa há quase 20 anos.

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Uma pesquisa do Instituto Paraná, feita a pedido da revista Veja, identificou que apenas 10% dos brasileiros estão interessados em assistir a Copa do Mundo. Enquanto isso 77,7% dos brasileiros preferem focar na Lava Jato. Pois bem, o que penso disso.

Estou 100% focado nos dois eventos, mas é deveras relevante separar os dois eventos.

A Copa do Mundo é o ápice do calendário do Futebol Mundial, acontece a cada quatro anos e reúne a nata do Futebol Mundial.  Fora os representantes da Ásia (a Austrália joga pelo continente asiático), África e América Central e Caribe, o torneio se reúne a grupo de oito seleções já consagradas com pelo menos um título mundial e algumas aspirantes.

Para este Mundial a tendência é de que a Bélgica figure no top-10.

Enquanto escrevia outro artigo sobre a própria Copa do Mundo, decidi fazer este breve arrazoado, pois não temos o direito de esquecer dos problemas políticos, econômicos e sociais que por aqui, infelizmente, prosperam, ao mesmo tempo me sinto no direito de apreciar o melhor do futebol, seja ele por meio do futebol eficiente da Alemanha, do toque de bola Brasileiro, do “pase y me voy” argentino, da rigidez e da disciplina da surpreendente Islândia e da velocidade do ataque uruguaio.

Copa do Mundo e Lava-Jato não são dois lados de uma mesma moeda. 

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Brasil e mundo 3m3y11

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio b4o68

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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Cultura e entretenimento 1f3218

O perigo das Gagas da vida 1n4w28

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Ajoelhado na calçada, à moda dos muçulmanos voltados para Meca, porém usando minissaia e rumorosos saltos vermelhos, um homem vestido de mulher berrava com desespero, na tarde de sexta 2, para uma janela vazia do Copacabana Palace, no Rio. Esgarçando-se na reiteração, expelia em golfos: “Aparece, Gagaaa. Gaaaagaaaaa”. Projetava-se à frente ao gritar, recuava em busca de fôlego e voltava a projetar-se.

Como a cantora não deu os ares à janela do hotel, o rapaz, tal qual uma atriz de novela mexicana, a sombra e o rímel escorrendo pelas bochechas, chorou o que pode. Estava cercado por uma multidão que, assim como ele, queria porque queria fincar os olhos na mutante Lady Gaga, uma mistura de mil faces a partir da fusão de Madonna com Maria Alcina, antes de seu show. No país que ama debochar, a cena viralizou.

Multidão muito maior ironizou o drama. Memes correram por todo lado para denunciar o grande número de desempregados no Brasil. Gente com tempo de sobra para chorar, porém pelas razões erradas.

Ocorre que muitos dos presentes à manifestação, como o atormentado rapaz, veem em Gaga um ícone Queer. Uma rainha da comunidade LGBTQIA+, representante global das causas do amor sem distinção, como a pop estimula em seu “Manifesto do Caos”, lido por ela no show. Nele, Gaga prega a “importância da expressão inabalável da própria identidade, mesmo que isso signifique viver em estado de caos interno”. Um manifesto assim, mais do que inconsequente, é temerário.

Como assim caos interior?

Tomado ao pé da letra por destinatários confusos, um manifesto desses pode ser mortificante. Afinal, viver a própria identidade não significa viver sem freios, mas sim encontrar um meio termo entre o desejo e a realidade. Justamente para evitar o caos. Logo, o manifesto é, isso sim, assustador — por haver (sempre há) tantas pessoas suscetíveis de embarcar nessas canoas de alto risco, cheias de remendos destinados a cobrir furos da embarcação. Pobres dos ageiros que, cegos por influência de ídolos de ocasião, avançam pelo lago em condições tão incertas.

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A idolatria… ela é mais antiga do que fazer pipi pra frente e, ao menos no caso dos homens, ainda de pé. Ultimamente as coisas andam um tanto confusas nesse quesito, mas ao menos a adoração se mantém intacta, assim como a veneta dos gozadores, para quem o humor repõe as coisas em proporção, ou seja, em seu devido lugar.

Todos temos cotas de iração por artistas, mas à veneração, eis a questão, se entregam os vulneráveis. O que esses buscam, mais do que a própria vida, é um reflexo (uma sombra?) de suas identidades. Uma projeção material da pessoa que gostariam de ser, não fossem o que são. É aí que mora, num duplex de cobertura, o perigo. O rapaz pensa que Gaga é como ele, só que não.

Não lembro quem disse que aqui é um vale de lágrimas. Mas o é de fato, bem como é um fato que artistas, como políticos, são depositários das nossas esperanças, mesmo que atuem na mais antiga das profissões, anterior à prostituição — a representação —, o primeiro requisito para sobreviver em sociedade, quando não ficar rico, e sem necessariamente excluir, ainda que camuflada, a segunda profissão.

É de se imaginar o rapaz voltando para casa frustrado. É de presumi-lo no sofá, fazendo um minuto de silêncio.

Mas depois se reerguendo.

Não há de ser nada. Amanhã Gaga vai arrasaaar.

Gagaaaaaa.

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