A vereadora Cristina Oliveira está inconformada.
Há alguns dias, ela subiu à tribuna para reclamar do que chamou de “perseguição política” por parte da prefeitura. É o que ela tem repetido abertamente quando lhe perguntam pelo castra-móvel, para o qual ela conseguira uma emenda de R$ 190 mil.
O castra-móvel é um veículo. Ele seria guiado pela cidade, em direção sobretudo aos bairros pobres, onde o abandono de animais é maior, assim como a desinformação sobre os riscos à saúde que podem ser causados pela circulação de cães e gatos sem dono e sem cuidado.
Cristina contou ao site que informou à prefeita, durante reunião, que buscava a aprovação da emenda para a compra do castra-móvel. Que o dinheiro saiu. Mas que a prefeitura o utilizou para outro fim.
Filiada ao PDT, partido de oposição, Cristina é protetora de animais (cuida, em sua própria casa, de mais de 50 cães).
Ela ficou frustrada com o desfecho e mantém a certeza de “perseguição política”, porque diz que, embora procure colaborar com a prefeitura nas causas de interesse da cidade, exercita sem concessões, como vereadora, o papel de fiscal do Executivo.
“Procuro ser justa. Por isso, também ocorre de eu levar denúncias ao Ministério Público e a prefeitura ser chamada pelos promotores a prestar explicações. Eles foram chamados umas três vezes , daí ei acreditar que seja perseguição. Eu acredito que seja má-fé”.
SURPRESA
Cristina conta que ficou surpresa quando foi pedir explicações oficiais pelo não uso da verba da emenda para o castra-móvel.
“Ana Costa (diretora na Secretaria de saúde) me disse que a emenda prevendo o aporte de R$ 190 mil havia sido cadastrada para outro fim. Fiquei surpresa, inclusive, porque ela respondeu que não sabia de quem era a emenda (do deputado Pompeu de Mattos), que não tinha como cadastrar o castra-móvel porque não existe rubrica de castra-móvel na Saúde. Depois me disseram que a rubrica viera errada. “Ora, o castra-móvel é uma ação de saúde. Animais abandonados transmitem doenças. Vá até os bairros pra ver”.