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Brasil e mundo 3m3y11

O fascismo da atualidade fascista no Brasil 534r1l

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Lucas Silva, mestrando em Educação na UFPel

Fas•cis•ta (adj m+f)

1. Relativo a fascismo, sistema ou regime político e filosófico, antiliberal, imperialista e antidemocrático, centrado em um governo de caráter autoritário.

2. Indivíduo que é partidário ou simpatizante do fascismo.

3. Adjetivo utilizado para rotular pessoas que discordam de suas concepções políticas, impossibilitando o diálogo sob o mote “eu não dialogo com fascista” e permitindo uma saída pela tangente.

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O fascismo deixou de ser um movimento político nacionalista e autoritário capitaneado por Benito Mussolini para se tornar um inimigo imaginário da esquerda, que o vê infestando toda e qualquer manifestação de pensamento que contrarie os seus dogmas.

Esta não é uma opinião isolada.

Até o PSTU, notório partido de extrema esquerda, já reconheceu este fato e postou dois ótimos textos em seu sit (veja aqui e aqui).

É inegável que o rótulo de fascismo se transformou em uma saída fácil para impossibilitar artificialmente o debate.

Ignorando conscientemente o fato de que na grande maioria das vezes seus adversários defendem posições tão diversas do fascismo quanto uma maçã é diversa de um parafuso – defesa da livre iniciativa, do livre mercado, da liberdade de expressão, da diminuição do tamanho do estado, entre várias outras pautas estranhíssimas ao fascismo –, essa opção de recusa a dialogar com um dito fascista (“pois o fascismo não permite diálogo”) possibilita uma diminuição do risco de entrar em uma saia justa intelectual. Uma opção segura, sem dúvida.

Deixemos os debates para nossos safe spaces, em companhia de quatro ou cinco debatedores – que pensam de maneira igual sobre quase tudo, mas isso é mero detalhe…

No caso de esquerdistas que se veem como os únicos detentores do conhecimento divino sobre o Bem – com a ideia de que obviamente todo ser que se opõe ao Bem só pode ser do Mal –, ainda há outro uso falacioso do adjetivo fascista: é a de engendrar o fascismo como um inimigo imaginário, uniformizando os adversários políticos da esquerda sob a mesma bandeira.

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Liberais, conservadores, libertários, monarquistas, anarcocapitalistas… qual a necessidade de estabelecer tantas distinções entre indivíduos que divergem entre eles mesmos em aspectos tão diferentes?

“São todos nossos inimigos, então são todos fascistas e PRONTO!”.

Essa uniformização, por sua vez, possibilita uma própria dentro do espectro da esquerda, amalgamando maoístas, socialdemocratas, ecologistas e stalinistas contra um inimigo comum implacável.

Eu sou cristão. Parece uma informação solta no meio deste texto, mas creio estar relacionada com o assunto.

Tento levar uma vida seguindo o exemplo de Jesus Cristo, amando e respeitando meu próximo. Não vou dizer que é uma tarefa fácil; é dificílima e não vou e nem posso dizer que sou um exemplo de sucesso nela. Por várias vezes me peguei odiando pessoas que divergiam politicamente de mim.

Entretanto, com o ar do tempo eu percebi que evoluí e me aproximei de um estado de mentalidade que creio ser o ideal para qualquer pessoa que queira manter a civilidade ao adentrar o ambiente da discussão política: evitar ao máximo a desumanização de meus “inimigos”.

Escrevo inimigos entre aspas porque essa inimizade é unilateral. Diferente dos adeptos do antifascismo fake mencionado anteriormente, eu não desejo a morte de quem discorda de minhas posições políticas.

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Eles podem discordar ferrenhamente dos meus pensamentos, porém não os vejo como inimigos incorrigíveis a serem eliminados. Pelo contrário, penso neles como seres tomados pela névoa da ignorância e como potenciais aliados – caso eu consiga convencê-los de que estão errados através do poder da minha argumentação.

Pode ser que minhas palavras não surtam efeito e que todo o esforço despendido seja em vão. Não me aborreço, pois só terei certeza disso se tentar.

Faço uma ressalva: apesar de ser pacífico, isso não me torna um pacifista inveterado. Simplesmente opto por deixar a escalada do conflito nas mãos de meu debatedor. Se ele está mais inclinado a me convencer com punhos cerrados e não com palavras, também cerro os meus.

Caso você seja de esquerda e seja uma pessoa do bem – não no sentido do Bem como facção política detentora da luz que mencionei anteriormente – e honesta como os rapazes do PSTU, não se sinta atingido pelas minhas palavras.

Se você é de esquerda, já rotulou furiosamente seus adversários de fascistas sem ao menos conhecer de verdade seus posicionamentos e argumentos e, por um instante que seja, chegou a se questionar se não estaria errado, dê um voto de confiança e dialogue com os ditos “fascistas”.

Você pode se surpreender ao descobrir o quão pouco eles têm em comum com Mussolini e companhia. Por fim, se você chegou até aqui murmurando – talvez até espumando raivosamente pela boca – que o autor deste texto é um “fascista safado”, eu obviamente não consegui te convencer de que o fundamentalismo está errado.

Permita-me uma última dica: faSCismo se escreve com SC. Se você pretende perder as estribeiras e acusar todos os seus adversários de serem fascistas, pelo menos escreva corretamente.

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CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo 1c4t3d

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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos. Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos arão a ser de cinco anos.  

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

“A única coisa que mudou no meu relatório foi em relação ao mandato de senadores que estava com dez anos. Eu estava seguindo um padrão internacional, já que o mandato de senador sempre é mais extenso do que o mandato de deputado. Mas senti que a CCJ estava formando maioria para mandatos de cinco anos, então me rendi a isso”, explicou o parlamentar.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

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O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

“Foi um malefício à istração pública do Brasil a introdução da reeleição, completamente contrária a toda a nossa tradição republicana. Acho que está mais do que na hora de colocarmos fim a esse mal”, argumentou Castro.

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Um homem coerente 5f5k47

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Eis um homem que irei pela absoluta coerência entre o que pensava e o modo como viveu. Um homem de esquerda que me fazia parar para ouvi-lo, porque o que dizia tinha solidez e fazia pensar.

Não precisava concordar com ele para irá-lo. E sim: um homem de esquerda que nunca roubou. Foi uma pessoa rara. Eu diria, única.

Vivia num sítio, dele de fato, com o essencial. Na companhia da mulher e de cachorros. Só tinha um defeito: andava em má companhia internacional. Talvez por um motivo humano. Para se sentir menos sozinho do que era. Menos prisioneiro de suas convicções.

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